quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Acabaram! =D

A primeira "rodada" de provas, acabou!!
Eu vou poder jogar mais no Wii e ainda resolver meus problemas virtuais. '3'




Espero que as próximas provas estejam fáceis.

W-uk

domingo, 25 de outubro de 2009

Taiko !

Hoje eu tive aula de Taiko! (Pra quem não sabe Taiko é tambor em japonês)
Eu tô aprendendo uma música bem fácil, mas acho que ainda não consegui destravar. º(>__<)º





E, ontem minha amiga veio dormir em casa pra poder assistir minha aula. Espero não ter decepcionado. xOO



Afinal, ela faz kenjutsu, e o bushidô exige bastante de concentração, dedicação e essas coisas.




W-uk

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

興奮

私の友人はここで明日の睡眠をとる!
In this weekend she'll see me in my Taiko Class! 8D





Ninguém, fora meus pais e os amigos da minha mãe me viu! Tô ansiosa, ao mesmo tempo que, com medo de fazer algo errado no treino. º(>___<)º





運!


W-uk

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Nintendo Wii :3

I'll play nintendo Wii! 8DDD
Yep. Eu ganhei um nintento wii!
No dia das crianças, mas só decidi comentar agora mesmo. xD

Bye!




W-uk

Visitem o AnimeSpirit!

Eu sou a Uchihasasusaku lá. 8D
AnimeSpirit Go Go!




AnimeSpirit

I'm too tired!

Hoje eu tive que ir no curso de inglês, no dentista e fazer os trabalhos de artes. -q
Espero ter calma pra aguentar o resto do dia!



Tomorrow I have a test! Good luck for mee! 8D


W-uk

domingo, 18 de outubro de 2009

Dia Cansativo [ mode off ]

今日は忙しい日だった!
Hoje teve a corrida no autódromo de interlagos, e como meus tios moram por perto, acabei dando uma volta com eles em volta do autódromo.



Estava tudo uma bagunça lá.
Muitas pessoas. =O



W-uk

sábado, 17 de outubro de 2009

かわいい :3 ~~


Essas borrachinhas que eu achei são realmente fofinhas. *-----*v


Eu tenho duas de sorvete, só que já tô usando, então num tá tão fofinho quanto antes.
&whatapity




W-uk

私のブログを知っていますか?

私のブログを知っていますか?
I call it Choco Keeki!



そこに行っ!


W-uk

Como seu dia está?

O meu está bem monótono... Apesar de que, mais tarde eu vou sair. O problema é que semana que vem minhas provas começam. -q

Não aguênto mais estudar! xO
Who cares?




W-uk

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

あなたの音楽なしでは生きできます?

Eu só escutei música uma vez hoje. D:
O problema é mais a preguiça, na verdade. Eu admito.



Mas, eu sei que não vou conseguir ficar sem música por muito tempo... ainda mais agora que eu tô viciada em Tegomass.
Pra quem nunca ouviu, recomendo escutar o Tatta Hitotsu Dake. [/fofuramil





ところで、誰が音楽なしの生活?

W-uk

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Headache

お元気ですか??
私は少し悪いんだ。




Eu estou com dor de cabeça e não consigo dormir.
Que eu faço? Y___Y




W-uk

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Nome: Mayumi
Aniversário: 11/01
Onde me encontrar:

Twitter | Choco Keeki | AnimeSpirit | Last.Fm | Fanfiction.Net | DeviantART | Tumblr


Basicamente, eu sou uma pessoa amante de cultura japonesa e viciada em j-rock, que almeja tornar-se Designer Gráfico e viajar para o Japão. Gosto muito de escrever estórias, e sou uma adoradora do português culto, apesar de nem sempre conseguir utilizá-lo da forma certa. ( ;∀;)
Sansei, apaixonada por animes, mangás, doramas, moda japonesa, fanfics, livros e filmes de romance. Gosto de assistir o máximo de Doramas, animes e ler todos os mangás possíveis quando tenho tempo, mas meu repertório ainda é bem limitado.
Apesar de gostar muito do Japão e sonhar em ir para lá algum dia, eu sou um atípica brasileira,que se sente feliz em cantar o hino, que gosta de defender o país quando falam mal dele e espera do fundo do coração que o Brasil um dia seja menos desprezado pelos próprios brasileiros.
Escuto pouca coisa sem ser j-music, k-music, e algumas músicas brasileiras e americanas - por mais que não goste dos EUA, a música é algo indiscutível -, e como preferido de todos, tenho o ガゼット(gazetto). E pra finalizar, mas não menos importante...! Toco taiko com o grupo Ikioi Daiko, a melhor coisa que já poderia ter escolhido fazer!

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

[ Meu Doce Demônio ] Capítulo II

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- Capítulo II -


Continuei olhando fixamente para o par de olhos amarelados que me encarava. Diferente da última vez que eu vi um monstro como aquele, os olhos transpareciam puro ódio.

Dei um passo para trás, receosa. Se me movimentasse muito bruscamente poderia ser atacada. Não acreditava que estava passando por aquilo de novo. Estava sentindo muito medo.

Enquanto tentava me distanciar sem que o monstro avançasse, ouvi um chamado ao longe. Reconheci como a voz estridente da Ino, e me desesperei mais ainda. Se elas aparecessem ali, poderiam ser mortas por aquilo. Recuei mais rapidamente, e quando achei que estava distante o suficiente me virei e corri o máximo que meu fôlego suportava, sem olhar pra trás.

Cheguei até Ino e a vi com uma expressão preocupada ao lado de Hinata. Antes que alguma das duas começassem a falar, segurei seus pulsos e continuei a correr para longe. Lógico que elas estranharam, mas por via das dúvidas, começaram a correr sem questionar.

Assim que entramos em um dos vagões no metrô, parei de correr e busquei desesperadamente minha bombinha asmática. Depois de me sentar e começar a respirar com mais normalidade, Hinata me interrogou, tomando cuidado para que eu não me esforçasse demais.

- O que aconteceu Sakura?

- Me desculpem, eu... não sei como explicar. – comecei, sem fitá-las.

- Tente – Ino estava séria, parece que havia entendido a gravidade do problema.

- Vocês vão me achar louca, mas escutem tudo primeiro. – respirei fundo e me pus a explicar toda a minha trajetória, desde o dia anterior, até o último ocorrido. À medida que ia contando o que aconteceu, Ino parecia acreditar, tanto que fazia expressões assustadas, já a Hinata, parecia não conseguir crer, ela estava perplexa diante de tudo o que dizia.

Depois de terminar de contar, deixei que ambas digerissem as informações que havia passado. Esperava por algum sermão ou algo do tipo, coisas comuns que se aconteciam quando alguém dizia o que eu disse. Pura insanidade a minha, claro.

- Sakura, você tem certeza do que está dizendo? Não foi sonho, pesadelo, um filme de terror... ? – Hinata perguntou séria.

- Sim, certeza. A dor, principalmente, foi real.

Houve um silêncio prolongado. Todas nós estávamos sentadas, pensativas e preocupadas. Seguimos em silêncio até o final do percurso, e assim que descemos, Hinata se separou de nós, pegando seu caminho de casa, não sem antes salientar:

- Tome cuidado com essas coisas, Sakura. Se for realmente verdade, eu temo o que possa acontecer a você – ela me olhava preocupada. Enfim, estava começando a acreditar.

- Não se preocupe Hinata. – sorri – Não se esqueça que eu sou muito forte – ela sorriu de volta, acenando positivamente.

Despedimos-nos e cada uma foi para o seu lado. Eu e Ino morávamos perto, então ainda seguiríamos por algumas ruas junto.

Como sempre, a Ino não conseguiu ficar quieta por muito tempo. Eu esperava que ela dissesse alguma coisa a respeito do que havia contado, mas ela sequer tocou no assunto. Talvez ainda não tivesse absorvido completamente o que eu disse.

Enquanto ia contando sobre as coisas que tinham acontecido a ela durante seu último namoro, eu pensava comigo mesma se devia ter dito a história toda a ela e a Hinata. Sim, eu pulei a parte em que aquele homem me beija, afinal, qual a importância disso na história toda? O problema é só que eu estava realmente afoita e queria desabafar isso com alguém.

Não sabia se devia contar ou não, mas meu maior desejo era conseguir compartilhar minha incredulidade com alguém. Aquilo foi tão... surreal.

- Sabe, eu não sei se a Hinata reparou – Ino começou, repentinamente, me fazendo voltar para a realidade – Mas eu notei que você não contou exatamente tudo o que tinha pra contar. Estou errada? – ela se virou em minha direção, sorrindo como se tivesse feito uma grande descoberta, ao mesmo tempo em que estava com medo de ouvir a resposta. Arregalei os olhos, descrente na capacidade da Ino em descobrir o que se passava comigo.

- Você realmente me conhece bem, né? – sorri de volta. Nos conhecíamos desde o jardim de infância, não esperava menos dela. Ela descobria sempre o que estava me incomodando, o que eu estava pensando, minhas preocupações... – Bem, tem uma coisa que eu não contei mesmo.

Pausei repentinamente, pegando fôlego.

- O homem de olhos escarlate não foi embora, como eu havia dito – Ino me encarava séria – Na verdade, eu desmaiei pela falta de ar, e só fui acordar depois de algum tempo. – pausei novamente, só que, desta vez, por vergonha do que iria revelar – Quando eu acordei, eu estava nos braços daquele homem – ouvi um gritinho de espanto de Ino.

- O que ele fez com você? – ela estava chocada com a possibilidade dele ter se aproveitado de mim.

- Me deixe terminar de contar, Ino – a repreendi, acalmando sua euforia – Bem, o problema nem foi ter acordado nos braços dele, o problema é que ele estava me beijando – ela ia me interromper de novo, mas me adiantei – Eu tentei separá-lo de mim, e ele sequer resistiu, apenas se distanciou de mim e colocou uma das mãos no meu tórax, e antes que eu pudesse tentar me soltar dele, eu senti um calor estranho na mesma região em que a mão dele estava, e foi só aí que consegui voltar a respirar normalmente. Eu não precisei fazer mais nada, ele me colocou sentada e fez com que eu encostasse minhas costas na parede, pra não cair. Depois disso, ele foi embora. – finalizei, fitando os próprios pés.

Pelo silêncio da Ino, eu estava crente de que ela, ou estava achando aquilo um absurdo, ou acreditou e estava achando tão surreal quanto eu achava. Esperei pela reação dela, mas ela continuou quieta. Olhei-a de esgoela, e a única coisa que vi foi uma Ino séria, como nunca vi antes. E, quando menos esperava, ela começou a rir, não com aquela gargalhada estridente de sempre, mas uma risada suave, como se estivesse descrente do que havia ouvido.

- Se eu não te conhecesse, Sakura, e claro, se ele não fosse tão perigoso, eu diria que você gostou de ser beijada – corei espantada.

- C-Claro que não, Ino! – ela voltou a rir, agora mais abertamente.

Quando menos esperava, nós já estávamos em frente á minha casa, e Ino, que ainda sorria, se despediu de mim e foi direto para sua casa. É, acho que ela não acreditou cem por cento no que eu disse, mas só de ela ter comentado sobre isso, acho que já é um começo.

...


Naquela noite, meus pais demoraram mais que o costume para chegar em casa. Sabia que não era preciso alarde, já que, de vez em quando eles ficavam até mais tarde trabalhando, mas especialmente aquele dia, eu não estava me sentindo nem um pouco bem para ficar sozinha em casa. Eu estava receosa, preocupada e extremamente confusa sobre o que havia acontecido antes de chegar em casa.

Eu sequer me preocupei em jantar, fui direto para o banho e depois tentei dormir.

Apesar de estar com medo, consegui tirar um rápido cochilo, me levantando depois de algum tempo para poder beber água.

Antes de começar a descer as escadas eu escutei um barulho estranho vindo do lado de fora da casa. Talvez fossem meus pais, pensei. Fui verificar da janela, abri somente uma fresta da cortina para visualizar lá fora.

Não consegui ver nada de início, mas aos poucos fui identificando uma estranha movimentação do outro lado da rua. Semicerrei os olhos tentando ver melhor, e só aí pude identificar o causador do barulho. Petrifiquei. Olhos amarelados.

O monstro que havia encontrado mais cedo estava em frente à minha casa, e carregava algo em sua boca. Algo não era um corpo. Senti meu coração se apertar lembrando que meus pais ainda não haviam chegado. O corpo estava ensangüentado e irreconhecível.

Me distanciei da janela e fui até o telefone, disquei o número do celular da minha mãe e ela logo atendeu, dei uma desculpa correndo e desliguei, para ligar logo em seguida para meu pai. Ele não estava atendendo. Fiquei afoita, tentei mais uma ou duas vezes, e o algo que eu temia aconteceu, ouvi o celular do meu pai tocar do lado de fora de casa, já um pouco longe. Corri até janela e não vi mais os monstros.

Aos poucos, comecei a sentir meu próprio rosto molhado, estava chorando de desespero e não tinha nem notado. Abri um pouco mais a cortina, tentando encontrar o monstro, mas foi em vão.

Sai porta afora, sem notar que ainda estava de pijama, e que corria diretamente para o lugar que evitava até em pensamentos. Meu pulmão doía, meus olhos ardiam, e eu não conseguia pensar em mais nada plausível. Já acreditava que o pior havia acontecido, e eu precisava fazer alguma coisa. Ia arriscar minha vida, mas acho que nada importava mais.

Corri desesperada até a grade que cercava o hospital abandonado e tentei gritar com o pouco ar que me faltava.

- Por... Por favor! – gritei ofegante – Me ajude!

Tentei pegar ar para gritar novamente, mas minha voz não saia. Agachei, sentindo meu tórax doer mais que nunca. Fechei os olhos com força, até sentir alguém me puxar bruscamente para trás, para depois ser carregada até um lugar mais aberto.

Senti-me ser beijada novamente, e instantaneamente abri meus olhos, visualizando o mesmo homem de antes. Senti um gosto de sangue e então ele se separou de mim, repetindo os mesmos gestos que havia feito antes. Apoiou uma de suas mãos em meu tórax e depois de sentir o calor na região, pude voltar a respirar.

Ainda estava com os olhos fechados, quando o ouvi começar a falar.

- O que está fazendo aqui? – sua voz soou tão suave que me forcei a abrir novamente os olhos apenas para encará-lo. Seus olhos não estavam escarlates – Diga. – ordenou.

- Aqueles... aquilo... atacou meu pai – meus olhos marejaram – Por favor, me ajude.

Ele permaneceu em silêncio. Senti medo por aquela falta de reação. Pensei em algo que ajudasse a convencê-lo de me ajudar, mas minhas palavras não saiam. Continuei olhando-o fixamente nos olhos, estavam tão negros e profundos que eu sequer me dei conta que aos poucos ele foi adquirindo uma cor vermelha intensa.

- Fique aqui – sua voz adquiriu um tom grave, e até mesmo irritado.

Não ousei desobedecer. Ele fez com que eu me sentasse e se levantou, virando-se para ir, mas antes que fosse, ele me jogou uma espécie de bolha de vidro, com uma pedra negra no interior.

- Fique com isso – no instante seguinte, ele desapareceu.

Fiquei onde ele me pediu que ficasse sem questionar. A única coisa que fiz foi visualizar melhor a pedra que ele havia jogado para mim. Era estranha, parecia que uma fumaça negra a encobria. Típico de filmes de terror. Foi pensando assim que comecei a derramar mais e mais lágrimas, com medo, receio, culpa e raiva. Raiva por aquilo estar acontecendo, raiva por ter agido precipitadamente, raiva por ter que recorrer a alguém tão perigoso e pouco confiável quanto aquele homem, raiva por ser sempre tão inútil.

Enquanto me lamentava mentalmente, senti uma forte tontura, mas me forcei a ficar de olhos abertos. Encarei a pedra que ainda segurava, apertando-a com força, imaginando o que aconteceria se eu quebrasse aquela bolha de vidro que a protegia. Aos poucos, fui cedendo à tontura e minha visão foi escurecendo. Por mais que tentasse, nada me fazia manter meus olhos abertos.

...


- Sakura! – ouvi alguém me chamar, preocupado – Acorda! – reconheci a voz como sendo a de Ino. Abri vagarosamente os olhos.

Olhei em volta e reparei que estava no meu quarto. Tudo estava normal, ou pelo menos parecia estar, porque a Ino estava com uma expressão preocupada, mas não fez muita confusão. Se fosse algo realmente sério, eu perceberia na hora.

- Nossa, você parecia uma louca dormindo! – sentei-me – Ficava gritando que precisava de ajuda. Com o que você sonhou?

Sonho? Como assim sonho? Tudo o que aconteceu parecia ser tão real, não é possível que toda a dor e o desespero que eu senti tenham sido apenas um sonho. Virei subitamente para Ino e perguntei onde estavam meus pais. Ela arregalou os olhos, sem entender minha reação.

- Eles estão lá em baixo, tomando o desjejum. Por que essa aflição toda?

Não respondi sua pergunta. Comecei a lembrar do meu... sonho, e refletir sobre tudo o que havia acontecido. Eu pude ouvir a voz daquele homem, parecia ser tão real. Até mesmo o... o beijo, e o gosto de sangue, eu pude sentir tudo.

Coloquei uma de minhas mãos sobre meus lábios, relembrando do momento em que havia sido beijada. Se aquilo foi um sonho, então eu deveria estar ficando louca.

- Se arrume logo, já estamos atrasadas – Ino alertou, deixando o quarto.

Levantei desajeitada, sentindo uma estranha dor nas pernas. Parecia que eu tinha corrido quilômetros sem cessar. O que não era de todo mentira, já que, no meu sonho isso acontecia.

Troquei de roupa e comecei a arrumar minha cama. Depois de dobrar tudo, puxei meu cobertor para esticá-lo sobre minha cama de forma que não ficasse amassado, mas fui impedida pelo som de algo caindo no chão. Fechei os olhos já achando que tinha quebrado alguma coisa importante.

Me agachei à procura do objeto. Tive que vasculhar em baixo da minha cama, o que me fez demorar ainda mais para achar o que havia caído. Até que senti algo gelado encostar em minha pele, e assim que consegui agarrar o objeto, puxei-o para a claridade para vê-lo.

Era uma bolha de vidro, com uma pedra negra em seu interior. Arregalei os olhos. Aquilo foi realmente um sonho?

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[ Meu Doce Demônio ] Capítulo I

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- Capítulo I -


Depois do ocorrido, eu passei o dia inteiro dentro de casa. Talvez estivesse amedrontada, ou simplesmente ainda estava muito perplexa para poder racionar. Minhas amigas ficaram o dia todo comigo, na minha casa, só conversando sobre coisas triviais, para passar o tempo. Não ousei citar o que havia acontecido.

No dia seguinte, como eu tinha aula, continuei com a minha rotina normal. Acordei, me arrumei, tomei meu café da manhã normalmente e fui para a escola. No caminho, eu tentei prestar o máximo de atenção possível nas coisas ao meu redor, para poder me prevenir de outro inconveniente como o do dia anterior.

Não foi difícil concluir, depois de certo tempo, que aquele dia ia ser apenas, mais um dia comum. Ainda bem, pensei.

Cheguei à escola e me dirigi até minha sala, junto com a massa de alunos que seguia o mesmo trajeto. Encontrei minhas amigas durante o percurso e, juntas, fomos até nossa sala.

- Sakura, você ainda não nos contou o que aconteceu ontem. – uma de minhas amigas, Hinata, começou, timidamente.

- A Hinata tem razão. Você evitou o assunto o dia todo. Nós não perguntamos nada ontem porque você não parecia bem – Ino reforçou.

Passei alguns segundos sem responder, tentando raciocinar o que responder. Não sabia se respondia a verdade ou se inventava algo para que não me perguntassem mais sobre isso. Provavelmente elas não acreditassem na história real, mas sempre fui péssima com mentiras.

- Eu só me senti indisposta por um momento e acabei parando pra descansar – optei por mentir.

Ambas me olharam descrentes, mas preferiram não me forçar a falar nada. Acho que perceberam meu desconforto com o assunto e deixaram que eu tivesse meu tempo para contar. Isso foi bom, pelo menos poderia me preparar psicologicamente para receber as críticas e palavras preocupadas com minha insanidade sem tamanho. Não posso reclamar, afinal, tenho certeza de que, na situação delas, eu agiria da mesma forma.

...


No término das aulas eu aproveitei para ir com a Ino e a Hinata até o aquário no centro da cidade. Nada como distrair a cabeça depois de um dia tão cansativo quanto aquele. Iríamos de metrô até lá, assim chegaríamos mais rápido, e direto na entrada do aquário.

Estava mais animada com o passeio que faríamos, afinal, não é sempre que eu posso ir até tão longe. Eu sempre gostei muito de animais, e aquele aquário era simplesmente lindo.

Andamos apressadas até a parte do aquário que cobria todo o teto e paredes. Aquele era o melhor lugar para ver os peixes. Ficamos ali algum tempo, sentadas nos bancos distribuídos ao longo do caminho, assim como algumas outras pessoas.

- É tão estranho vir aqui durante semana – Ino comentou, sem nos olhar – Nos finais de semana pelo menos vemos algumas crianças e famílias. Mas durante a semana só vemos casais e poucos grupos de amigos. Perceberam que só nós estamos em um grupo só de meninas?

Era verdade, ali havia muitos casais. Aliás, para qualquer lugar que você olhasse tinha alguém de mãos dadas. Eu sentia tanta inveja deles. Eu nunca cheguei a namorar, acho que sempre repelia as pessoas que conhecia por ter asma. Quem iria querer alguém com problemas de respiração para namorar?

- Você não pode reclamar muito, Ino. – Hinata começou, sorrindo – Até mês passado você ainda namorava.

- Pois é, mês passado. – Ino frisou – E você também, né Hinata? Agora o Naruto vive te cercando.

Eu e Ino olhamos para Hinata, com sorrisos divertidos. Pude ver a Hinata ficar muito vermelha na região das maçãs do rosto. Acabou de se denunciar. Rimos com o embaraço de Hinata. Era tão bom ficar assim, tranqüila e sem preocupações.

Contemplamos a visão do aquário por mais algum tempo e passamos a andar pelo resto do aquário. Era um lugar grande, e a variedade de peixes era tamanha que com certeza não conseguimos ver todos.

Ficamos até tarde no aquário, e na volta paramos em um Mangá Café para comer algum lanche e depois irmos para casa. Passamos mais um bom tempo no Mangá Café, conversando sobre besteiras e coisas da escola, enquanto as três comiam um generoso pedaço de bolo de chocolate com morango e tomando chocolate quente como acompanhamento.

Ríamos e fazíamos piadinha com quase tudo o que nos vinha à cabeça. Eu estava realmente pasma com a facilidade que minhas amigas tinham de me fazer esquecer o que me atormentava.

- Ei, Sakura, quando você pretende começar a namorar? – Ino perguntou curiosa. Incrível como ela só pensava nessas coisas...

- Não sei – dei de ombros, sem dar muita importância.

- Ah, fala sério, Sakura! Vai dizer que não pensa em namorar ainda?

- Não é que eu não queira, o problema é que não consigo – confessei um pouco desapontada comigo mesma.

- Ah, se for por isso, nós podemos marcar um Goukon (encontro) com alguém que você ache interessante, só como uma tentativa. O que acha? – olhei-a descrente. Eu não consigo fazer isso. Acho que ela percebeu minha expressão e acrescentou – Ok, deixa pra lá. Depois eu faço a oferta de novo. – sorriu.

Eu não ousaria contrariá-la. Quando ela colocava alguma coisa na cabeça, nada tiraria sua determinação para realizar o que pensa. Fazer o que? Já a conhecia há algum tempo, era de se esperar isso.

Continuamos conversando sobre outras coisas menos importantes, mas minha cabeça estava longe. Eu pensava sempre em namorar, mas essa tarefa parecia tão difícil pra mim. Depois de tanto tempo, minha auto-estima só piorou. Eu fico pensando sempre se eu sou tão feia a ponto de não valer a pena arriscar namorar comigo, mesmo com a asma.

Lógico que minhas amigas vivem dizendo que sou linda, que tenho que melhorar minha auto-estima, mas elas são verdadeiramente suspeitas. Que amiga, em sã consciência diria na cara dura que você é feia e sem graça? Seja isso verdade ou não, eu nunca vou descobrir a resposta por elas, ou por meus pais.

O pior de tudo é que, mesmo não parecendo, eu sou aquela menina sensível, que adora ler shoujos (romances) e sonha com o príncipe encantado – apesar da minha atual situação não chegar nem perto disso. Eu vivo mais uma história de terror que uma de romance.

- Sakura! - Ino gritou, tentando me fazer voltar a prestar atenção – Nossa, o que aconteceu? Você de repente parou de falar e não nos escutou mais!

Juntei ambas as mãos em frente ao rosto, em pedido de desculpas, rindo desconcertada. Ela odiava quando eu fazia essas coisas. Pois é, a Ino é uma pessoa enérgica demais pra compreender os devaneios alheios. Só a Hinata me entende nesse ponto. Fazer o que...

...


Quando saímos do Mangá Café já deviam passar das seis horas. As ruas já eram iluminadas pelas luzes artificiais dos postes e um número consideravelmente grande de pessoas circulava pelas ruas, em direção de suas casas. Nós faríamos o mesmo.

Enquanto caminhávamos por entre as ruas movimentadas, víamos uma loja ou outra com algum utensílio ou roupa que atraia nossa atenção e parávamos para vê-los, o que atrasou um pouco mais nossa volta.

Eu não esperava que fosse demorar tanto pra voltar para casa, tanto que nem havia trazido um casaco mais quente. Ino e Hinata pareciam bem, mas eu estava a um passo de começar a tremer de tanto frio. Não as incomodei com meu desconforto, continuei andando, abraçando a mim mesma, no intuito de diminuir um pouco o frio.

Estava tão preocupada em me manter aquecida que acabei me distraindo e me perdendo das duas. Olhei em volta e só via uma multidão de pessoas indo de um lado para o outro, apressadas. Tentei ficar na ponta dos pés, mas eram pessoas demais. Andei um pouco à frente e parei em frente a uma viela quase sem iluminação. Ali estava mais calmo, apesar de ainda haver movimento.

Olhei novamente ao meu redor, tentando achá-las, mas algo interrompeu minha busca. Um som estranho que vinha das minhas costas. Virei por puro reflexo, e ao fundo da viela pude distinguir um novo par de olhos amarelados, que se escondia nas sombras.

Meu coração falhou uma batida. Eu não sabia o que fazer.

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[ Meu Doce Demônio ] Introdução

PRÓXIMO

- Introdução -


Lembrarei sempre do dia que meus pais me internaram naquele hospital, em minha visão infantil, tão grande e assustador. Eu havia sido internada em função de minha asma, que parecia piorar cada vez mais, gerando crises respiratórias cada vez mais freqüentes. Tinha apenas cinco anos, mal sabia escrever meu nome direito. Sakura, esse é meu nome.

Fiquei internada por cerca de dois meses, em observação. Todos os dias marcados pela neve branquinha que cobria quase todas as ruas e o canto insistente dos pássaros nas manhãs. Insistia em olhar pela janela do hospital sempre que podia, e sempre que me aproximava desta eu podia ver ao longe um grupo de crianças que brincava de guerra de neve, enquanto eu estava ali, com apenas cinco anos, obrigada a viver cercada de aparelhos que me ajudassem a respirar.

Um dia, a neve parecia cair violentamente do céu, formando uma tempestade assustadora. Neste dia, lembro que fui receosa até a janela, com medo do que encontraria. Tinha razão de estar com medo. Não havia somente uma tempestade de neve lá fora. Ao longe, pude ver um vulto negro, um homem, de pele muito pálida, e olhos estranhamente rubros, como sangue, que me encarava continuamente. Essa fora a primeira vez que o vi.

...


Felizmente, minha doença foi melhorando ao longo do tempo, e pude sair do hospital, ainda com sete anos. A primeira coisa que planejei fazer foi brincar com a neve, assim como as demais crianças faziam, mas ainda não podia me esforçar muito.

Mesmo hoje, com dezesseis anos eu ainda tenho a saúde debilitada, apesar de não estar tanto quanto antes, ainda não posso brincar com a neve.

Minhas amizades sempre foram escassas, e eu nunca fiz muita questão de tentar fazer mais amigos. A maioria das pessoas evita pessoas debilitadas, que possam atrapalhar seu desempenho ou sua diversão. Não que eu desvalorize as poucas amizades que ainda tenho, mas me sinto bem ao andar sozinha, para refletir, como agora. Bem, não estou totalmente sozinha, levando em consideração que meu pequeno Spitz japonês, o Momo, está aqui comigo. Apesar de não poder, meus pais deixaram que eu tivesse um cachorro de estimação com a condição de não ficar constantemente em contato com ele.

Nossas caminhadas juntos sempre demoravam algum tempo, já que eu sempre acabava devaneando por tempo demais e andávamos até longas distâncias. Era sempre desperta de meus devaneios quando ouvia um chorinho baixo, implorando por colo. Sim, meu Momo sempre fora bem manhoso.

Por enquanto, estávamos bem, ambos acordamos dispostos a andar. Era outono, estava frio, mas o sol da manhã dava uma sensação muito agradável ao passeio.

Enquanto devaneava, senti-me subitamente sendo puxada, e quando vi, Momo tentava a todo custo correr para longe. Olhava para frente amedrontado, dando indícios de choro, parecia até mesmo que estava querendo fugir de algo. Olhei, então, na mesma direção que ele. Lá estava o hospital em que passei um bom tempo quando criança. Agora estava abandonado, não lembro bem o porquê.

Vasculhei com os olhos algo nas redondezas que pudesse fazer o Momo agir daquela forma estranha. Nada. Voltei a olhar em direção do hospital e meus olhos foram atraídos por uma estranha movimentação lá de dentro. Tentei visualizar melhor o que havia ali, e me assustei ao ver um par de olhos escarlates me encararem.

Paralisei por um instante. Eram os mesmos olhos daquele que eu vi quando criança. Fiquei com um súbito pânico, era como se aquilo fosse me atacar a qualquer momento. Tinha que fugir.

Agachei-me, peguei o Momo no colo e me virei na intenção de sair dali o mais rápido possível. Minha asma estava voltando, comecei a passar mal antes mesmo de atingir alguma distância do local.

Um segundo. Isso foi o suficiente para que algo enorme caísse em minha frente, algo que se mexia e rugia baixo. Novamente parei onde estava e visualizei o monstro à minha frente. Era totalmente fora do comum, nem sequer chegava a parecer com um de filme de terror, de tão desconfigurado que era, era muito pior.

Estava ofegante. Meus pulmões pareciam que iam estourar a qualquer instante. O monstro se moveu e pude ver seus olhos de um amarelo intenso. Não eram os mesmos olhos que havia acabado de ver. Ele se aproximava aos poucos, mostrando-se faminto.

No momento que pisquei os olhos, o vi partir para cima de mim. Arregalei os olhos, imóvel, e novamente, um segundo foi o tempo necessário para que outro vulto pousasse na minha frente. Senti um líquido em meu rosto e visualizei o chão. Era sangue, muito sangue. Será que tinha sido atacada? Mas não sentia dor!

Olhei melhor em volta. Lá estava o monstro, morto; parte de seu corpo para um lado, e a outra nas mãos de um homem alto e de roupas escuras, que segurava uma katana (espada) embebida em sangue, assim como suas mãos e parte de seu rosto. Ele estava de frente para mim, mas com a cabeça baixa, não pude ver seus olhos.

Vi-o jogar o cadáver do monstro para o lado, fazendo com que ambas as partes pegassem fogo em seguida. Aos poucos ele levantava o rosto, só então pude ver seus olhos. Escarlates, de um vermelho muito vivo, essa era a cor de seus olhos, que, por incrível que pareça me passaram um pouco de tranqüilidade.

- Vá embora – ouvi-o dizer, com a voz baixa e rouca, ao mesmo tempo petulante e amedrontadora.

Não obedeci de imediato, ainda estava absorta aos recentes acontecimentos. Ele me encarou avidamente, sem sequer piscar, como se buscasse nos meus olhos algum medo. Minha respiração ainda estava descompassada, não conseguiria sair dali tão facilmente. Ia ter uma crise em alguns minutos.

- Vá embora – repetiu grave.

Tentei me virar para ir embora, mas senti uma dor forte no tórax, senti tudo ao meu redor girar e desmaiei. A última coisa que vi, foi o Momo desvencilhando-se dos meus braços e correndo afoito para longe, na direção da minha casa.

...


À medida que recobrava a consciência, eu sentia meu corpo quase que completamente dormente. Sentia estar sendo segurada por alguém e sentia meus lábios serem pressionados por algo macio e gelado, com um gosto metálico. Não estava tão desconfortável, a dor havia cessado.

Abri os olhos lentamente, ao passo que ia me acostumando com a luz, ia conseguindo distinguir o que havia ao meu redor. E quando consegui enxergar tudo por completo, tal foi o meu espanto ao ver o mesmo homem que matara o monstro com seus lábios colados aos meus. Assim como senti meu rosto ferver de vergonha, senti medo pelo que poderia ter acontecido ali.

O empurrei desajeitadamente, e com a pouca força que tinha. Ele se separou de mim e abriu os olhos vagarosamente, expondo seus olhos escarlates novamente, ambos tão profundos e tão frios, que puderam até mesmo me fazer entrar em pânico e encher meus olhos de lágrimas em questão de segundos.

- Por... por – não conseguia parar de gaguejar – Por favor... nã... não me m-machuque – segurava o soluço o máximo que podia.

Ele sequer mudou sua expressão, continuou a me olhar com a mesma frieza. Pensei em tentar me levantar, mas senti que ele pousou uma de suas mãos sobre meu tórax. Tentei recuar, mas ele não deixou que eu fugisse. Senti um calor estanho na região em que ele apoiara a mão, minha respiração se tornou mais ritmada e a dormência passava aos poucos.

Sem dizer mais nada, ele me levantou, deixando-me recostada em uma parede gélida. Levantou-se, e saiu em direção do hospital abandonado novamente.

Eu não tinha idéia do que fazer. Esperei que ele desaparecesse da minha vista, e fui me levantando também, indo em direção de casa, a passos largos.

Estava aturdida, tanta coisa aconteceu, e eu sequer entendi o que era aquilo. No meio do caminho de casa, encontrei meus pais e minhas duas amigas mais próximas preocupados, me procurando. Acenei, tentando chamar-lhes a atenção, sem sucesso. Comecei a correr na direção deles, já prevendo minha falta de ar momentânea.

- Sakura! – minha mãe me viu, e saiu apressadamente em minha direção, com o Momo correndo ao seu lado – Você está bem? O que aconteceu? O Momo voltou sozinho e ficou tão agitado que achamos ser algo que havia te ocorrido.

- Eu estou bem. Não aconteceu nada de mais – conclui, tentando não alarmá-la, o que consegui perfeitamente, já que não estava ofegante como imaginava que estaria.

- Que bom! – ela me abraçou. Minhas amigas e meu pai já estavam ali também, preocupados, e me enchendo de perguntas.

Aquele dia nunca mais será esquecido, com certeza.

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